AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
África do Sul Alemanha Argélia Argentina Austrália Áustria Bélgica Brasil Bulgária Canadá Chile Constantinopla Croácia Egito Escócia Eslováquia Espanha EUA França Galícia Grécia Holanda Hungria Índia Inglaterra Itália Japão México Nova Zelândia País de Gales Palestina Paquistão Polônia República Tcheca Romênia Rússia Suíça Ucrânia

GRAF, MAX
(Áustria*1873+1958) Musicólogo e crítico vienense próximo a Freud, interessado na psicologia da criação. Participou das reuniões das quartas-feiras. Pai do pequeno Hanns. “psicologia da criação”.

PFISTER, OSKAR
(Suíça*1873+1956) Filósofo, pastor luterano e psicanalista, com quem Freud manteve uma cordial e afetuosa amizade até o final de sua vida. Fazia parte do círculo em torno de Bleuler. Na Suíça, defendeu o direito da análise “leiga”. Defendia a compatibilidade entre cristianismo e psicanálise. “Eros cristão”.

BRILL, ABRAHAM ARDEN
(Áustria/EUA*1874+1948) Psiquiatra, psicanalista (primeiro nos EUA), foi o primeiro tradutor oficializado de Freud, e após algumas complicações – era um tradutor com problemas – deixou a tarefa para outros, em 1920. Conheceu Freud após estudar com Bleuler. Manteve a amizade com Freud, contudo, e teve importante papel junto às associações psicanalíticas nos EUA, sendo fundador da New York Psychoanalytic Society, alguns meses antes da American Psychoanalytic Association (APSA). "torches of freedom".

LOW, BARBARA
(Inglaterra *1874+1955) Trabalhou inicialmente como professora, tornando-se depois psicanalista. Atuou bastante no início da Imago. Nas controvérsias Klein-Freud ficou ao lado de Anna e Edward Glover. Foi analisanda de Hanns Sachs, e depois de Ernst Jones. “princípio do nirvana”.

SHARPE, ELLA FREEMAN
(Inglaterra*1875+1947) Formada em letras, educadora, psicanalista. Foi inicialmente mais próxima do grupo kleiniano, depois se aproximando mais da postura do middle group. Foi analisanda de Jessie Murray, James Glover e depois Hanns Sachs. “sublimação”, “simbolismo”, “análise do sonhos”, “linguagem poética”, “figuras da linguagem”.

JUNG, CARL GUSTAV
(Suíça*1875+1961) Psiquiatra, psicanalista, criou depois sua própria linha de psicologia, a psicologia analítica. Trabalhou sob orientação de Eugen Bleuler, em Burghölzli. Aproximou-se de Freud, tornando-se seu principal seguidor e potencial herdeiro intelectual, até o rompimento, com a publicação em 1912 de sua “Psicologia do inconsciente”. Discordava, por fim, da relevância da sexualidade, propondo uma libido de natureza geral, e uma outra concepção de inconsciente. Teve uma participação científica no governo nazista (de 1933 a 39), que reorganizou a sociedade psiquiátrica alemã em uma nova instituição (General Medical Society for Psychotherapy), liderada pelo Reichsführer Matthias Heinrich Göring (um psicoterapeuta adleriano, e primo do Reichsmarschall Hermann Göring), e que excluía os alemães judeus para uma contraparte internacional, sob cuidados de Jung. Foi também editor de um jornal dessa instituição, com publicações de supremacia racista (incluindo o “Mein Kampf”), ainda que a contragosto seu. “inconsciente coletivo”, “individuação”, “sincronicidade”, “arquétipos”, “personalidades introvertida/extrovertida”, “sombra”, “persona”.

ABRAHAM, KARL
(Alemanha*1877+1925) Psiquiatra, Psicanalista, estudou com o grupo de Eugen Bleuler, no Burghölzli Swiss Mental Hospital, antes de se aproximar de Freud. Foi presidente da IPA por vários anos. Foi um amigo estável de Freud, e era considerado um excelente clínico. Morreu precocemente de câncer do pulmão. “estados maníaco-depressivos”, “fases do desenvolvimento libidinal e psicopatologia”, “simbolismo”.

GROSS, OTTO HANS ADOLF
(Áustria*1877+1920) Psicanalista. Fez parte do movimento anarquista, unindo-se à comunidade de Ascona. Algumas de suas ideias precedem o movimento da antipsiquiatria. Defendia a visão de um psiquismo livre das repressões, sendo um predecessor da contracultura dos anos 60. Ao final da vida, teve muitos problemas com adição a drogas. Sofreu ostracismo da comunidade psicanalítica. Foi analisando de Carl Jung (devido a internações em Burghölzli relacionadas a sua dependência química) e depois por Wilhelm Stekel. “psiquismo sem repressão”, “amor livre”.

CONNELL, ERNEST HENRY
(Austrália/Escócia*1878+1941) Médico, psicanalista. Com um histórico como comerciante nos negócios da família, muda-se para a Escócia e uma mudança de profissão, para estudar medicina. Interessou-se por Jung e uma abordagem que aproximava a psicanálise de suas crenças religiosas, demovendo a sexualidade do lugar central nas neuroses. Depois se aproxima do grupo que ficaria, mais tarde, conhecido como grupo independente. Foi analisando de Ernest Jones. “ideação da morte na neurose”.

AICHHORN, AUGUST
(Áustria*1878+1949) Educador, psicólogo e psicanalista. Trabalhou e dirigiu um centro educacional para crianças delinquentes. Depois de sua formação psicanalítica fundou centros educacionais nos 14 distritos de Viena, sendo uma referência na aproximação da psicanálise ao trabalho social. É considerado o fundador da pedagogia psicanalítica. Foi analisando de Paul Federn. “delinquência juvenil”.

TAUSK, VICTOR
(Eslováquia/Croácia/Áustria*1879+1919) Jurista e escritor, originariamente, tornou-se médico e psicanalista. Era considerado um brilhante jovem nos círculos de Viena. Suicidou-se em 1919, com um tiro conjugado a um enforcamento. Freud, que não tinha muita simpatia por ele, negou seu pedido de análise, mas o encaminhou a uma analisanda sua, Helene Deutsch. Isso acabou criando uma situação transferencial de difícil elaboração entre Tausk, Deutsch e Freud. Ela acaba por interromper o atendimento com Tausk. “a máquina de influenciar na psicose”, “a personalidade do artista”, “guerra e psicose”.

BÜHLER, KARL LUDWIG
(Alemanha/ EUA*1879+1963) Psicólogo, linguista. Fez pesquisas em Gestalt, e participou da escola de Würzburg de psicologia (de um aluno de Wundt, mas que se opunha à restrição deste quanto ao método introspectivo). “processos de pensamento”, “pensamento abstrato”.

JONES, ALFRED ERNEST
(País de Gales/Inglaterra*1879+1958) Neurologista e Psicanalista, tornou-se um grande amigo, aliado e o principal biógrafo de Freud. Foi o primeiro analista inglês, e presidente da IPA ao longo dos anos. Fundou o International Journal of Psychoanalysis e escreveu a biografia mais importante de Freud. Foi um dos primeiros a levar a psicanálise ao atendimento infantil, mas de um jeito atrapalhado e que gerou uma enorme resistência e consequências negativas. Ajudou diretamente diversos analista a escaparem do regime nazista. Fez uma análise com Sándor Ferenczi. “falocentrismo”; “racionalização”, “Hamlet e o complexo de Édipo”, “simbolismo”.

WALLON, HENRI PAUL HYACINTHE
(França*1879+1962) Psicólogo, médico, político e filósofo francês, estudou o desenvolvimento infantil em um interacionismo dos fatores orgânicos e sociais. Influenciou Merleau-Ponty e Lacan. “campos funcionais” (ao invés de estágios rígidos), “interacionismo entre afetos, cognição e motricidade”, “esquema postural”.

PAYNE, SYLVIA MAY
(Inglaterra*1880+1976) Psiquiatra, psicanalista. Serviu na primeira grande guerra recebendo distinção do Império Inglês. Foi moderadora e organizadora das controvérsias Klein-Anna Freud, e também presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise. Teve um papel importante na manutenção das distintas perspectivas teóricas na instituição psicanalítica. Foi analisanda de Edward Glover e depois Hans Sachs. “feminilidade”.

WEININGER, OTTO
(Áustria*1880+1903) Filósofo. Publicou o livro "Sexo e personalidade", com a ideia da bissexualidade humana, sem citar Fliess. Seu livro foi utilizado pelo governo nazista (que, ao mesmo tempo, o perseguia). O autor tinha conexão com Freud, o que se tornou um dos grandes abalos da amizade com Fliess.

DERI, FRANCES
(Áustria/Hungria/EUA*1880+1971) Psicóloga, socióloga e psicanalista. Liderou o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Praga, juntamente com Otto Fenichel, Annie Reich, Theodor Dosuzkov, Heinrich Löwenfeld e Steff Bornstein, sendo também fundadora mais tarde do Grupo de Estudos de Los Angeles, com Ernst Simmel. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “insônia”, “sublimação”, “coprofilia”.

WITTELS, FRITZ SIEGFRIED
(Áustria/EUA*1880+1950) Médico, escritor e psicanalista. Um dos seguidores independentes de Freud e seu primeiro biógrafo, apresentado a Freud e ao grupo das quartas pelo tio Isidor Sadger. Contribuiu de maneira próxima com Karl Kraus, e os conflitos com este causaram também certa tensão com o meio psicanalítico. Serviu como médico no front da primeira guerra por cinco anos. Foi analisando de Wilhelm Stekel. “liberação sexual”.

SACHS, HANNS
(Áustria/EUA*1881+1947) Psicanalista, doutor em direito, trabalhou como advogado previamente. Uniu-se ao grupo das quartas-feiras, sendo o menos próximo pessoalmente a Freud. Participou do início da Imago, tendo fundado nos EUA a American Imago. Professor em Harvard na faculdade de medicina, foi questionado por conta da questão da análise leiga. Interessava-se pelas questões literárias. “daydreaming”.

BINSWANGER, LUDWIG
(Suíça*1881+1966) Psiquiatra, foi o criador de uma abordagem inédita a partir das obras de Husserl, Heidegger e Buber. Estudou com Bleuler, Jung e depois Freud. Estava com o grupo suíço que visitou Freud em 1907. Manteve com ele uma amizade até o fim da vida (ofereceu asilo a Freud na Suíça, antes de ele conseguir escapar para a Inglaterra, em 1938). Seu avô, de mesmo nome, fundou o Sanatório de Bellevue em 1857. “psicologia fenomenológica-existencial”, “ser-no-mundo”, “reconhecimento mútuo”, “Daseinsanalyse”.